Musica: Só os loucos sabem – Charlie Brown Jr.
Menina linda eu quero morar na sua rua,
Você deixou saudade, você deixou saudade,
Você deixou saudade,
Quero te ver outra vez, quero te ver outra vez,
Você deixou saudade,
Agora eu sei exatamente o que fazer (Hipérbole)
Bom recomeçar, poder contar com você,
Pois eu me lembro de tudo irmão, eu estava lá também
Um homem quando está em paz não quer guerra com ninguém.
Hipérbole é o exagero na afirmação.
Novas propostas pro mundo,
Novos encaixes pras coisas,
Que ainda não estão no lugar,
Atento às
diversidades,
Em busca da
chacrete espacial,
É preciso
provar das loucuras,
Ativar novas
possibilidades,
De volta ao Planeta dos Macacos.
Nana Banana Nanananana Banana.
Rapazeada sambando, xingando
Rodando na pista (Hipérbole)
Cantor: Paula Fernandes
Musica: Um ser amor
METÁFORA:
trecho da musica: você é a escada da minha subida.
Cantor: Cogumelo plutão
Musica: esperando na janela
Figuras de Linguagem
Figuras de
linguagem são recursos de expressão, utilizados por um escritor, com o objetivo
de ampliar o significado de um texto literário ou também para suprir a falta de
termos adequados em uma frase. É um recurso que dá uma grande expressividade ao
texto literário.
As mais
comuns são: metáfora, comparação, metonímia, antítese, paradoxo, personificação
(ou prosopopeia), hipérbole, eufemismo, ironia, elipse, zeugma, pleonasmo,
polissíndeto, assíndeto, onomatopeia, anáfora, sinestesia, gradação e
aliteração.
Metáfora
A metáfora é
um tipo de comparação, mas sem os termos comparativos (tal como, como, são
como, tanto quanto, etc). Na metáfora, a comparação entre dois elementos está
implícita, trazendo uma relação de semelhança entre eles. Exemplo:
Tempo é dinheiro.
Percebemos
neste exemplo a relação implícita, onde o tempo é tão valoroso quanto o
dinheiro, por isso ele é colocado como semelhante à moeda.
Comparação
A comparação
consiste na aproximação entre dois objetos por meio de uma característica
semelhante entre eles, dando a um as características do outro. Difere da
metáfora porque possui, obrigatoriamente, termos comparativos. Em suma, é uma
comparação explícita. Exemplo:
Tempo é como dinheiro.
Neste
exemplo vemos o principal definidor de uma comparação: a palavra como traz
explicitamente a ideia de que o tempo é valoroso como o dinheiro.
Metonímia
É a
substituição de uma palavra por outra sendo que, entre ambas, há uma
proximidade de sentidos, uma relação de implicação. Exemplos:
•Não leu Machado de Assis.
•Não leu a obra de Machado de Assis.
Vemos no
exemplo que a obra de Machado de Assis foi substituída só pelo nome do autor. A
metonímia consiste nessa substituição de palavras, dando o mesmo sentido a uma
frase. A seguir, outro exemplo que reforça essa substituição:
•A cozinha italiana é maravilhosa!
•A comida italiana é ótima.
Antítese
A antítese
consiste no uso de palavras, expressões ou ideias que se opõem. Exemplo:
Soneto da Separação
De repente
do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
Vinícius de
Moraes
Neste soneto
vemos claramente a antítese por trás da temática da separação amorosa: o que
antes era riso trouxe lágrimas com a separação; as bocas unidas pelo beijo no
amor se separam como a espuma que se espalha e se dissolve. A oposição de
sentimentos e atos forma claramente a antítese.
Paradoxo
Paradoxo é a
presença de elementos que se anulam numa frase, trazendo à tona uma situação
que foge da lógica. Exemplo:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
Luís de
Camões
A situação
do paradoxo aqui é clara: os elementos marcados se anulam, trazendo uma série
de questionamentos. Como pode uma ferida, algo que causa dor física, não ser
sentida? Como o contentamento, que causa felicidade, pode ser descontente? Como
a dor pode não doer? Vemos claramente a fuga da lógica.
Personificação (ou prosopopeia)
A
personificação, também chamada prosopopeia, consiste na atribuição de
características humanas, como sentimentos, linguagem humana e ações do homem, a
coisas não-humanas. Exemplo:
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o
amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e
nosso companheiro.
Carlos
Drummond de Andrade
Neste
exemplo, o medo, uma sensação, é transformado em pai e companheiro, algo que só
é atribuído a um ser humano.
Hipérbole
Esta figura
de linguagem consiste no emprego de palavras que expressam uma ideia de exagero
de forma intencional. Exemplo:
Ela chorou rios de lágrimas.
Chorar rios
remete a um choro contínuo, exagerado e o termo rios vem para enfatizar a ideia
de que foi um choro intenso.
Eufemismo
O eufemismo
ocorre quando utilizamos palavras ou expressões que atenuam e substituem outras
que produzem um efeito desagradável e chocante. Exemplos:
•Faltei com a verdade ao dizer que
fui à igreja.
•Menti ao dizer que fui à igreja.
A expressão
e o impacto negativo que a palavra menti traz é ""suavizado" ao
dizer que "faltei com a verdade".
Ironia
É a
expressão de ideias com significado oposto ao que se realmente pensa ou
acredita. Exemplo:
Moça linda, bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor!
Mário de
Andrade
O trecho é o
exemplo claro de ironia: a moça é descrita como, bonita e bem tratada,
tradicional, conservadora (é de família) e burra. O destaque em "um
amor", apoiando-se na descrição da moça, mostra que ela, ao contrário de
ser esse "amor de pessoa", é, na verdade, alguém sem atrativos, sem
graça.
Temos elipse
quando, em um texto, alguns elementos são omitidos sem ocasionar a perda de
sentido, uma vez que as palavras omitidas ficam subentendidas através do
contexto. Exemplos:
•Ela está passando mal! Depressa, um médico!
•Ela está passando mal! Depressa,
chamem um médico!
Na primeira
frase temos a elipse ao vermos que a palavra chamem está escondida. Não é
necessário colocá-la e não há perda de sentido, porque mesmo sem ela entendemos
que é necessário chamar um médico depressa porque ela está passando mal.
É parecido
com a elipse, no entanto, só podemos identificar desta forma esta figura de
linguagem quando há omissão de algo que já foi expresso no texto. Sabemos que o
termo foi omitido porque já foi apresentado. Exemplo:
Canção do Exílio
Nossas várzeas tem mais flores
Nossos bosques tem mais vida
Nossa vida mais amores
Gonçalves
Dias
Neste trecho
vemos a omissão da palavra tem no último trecho. Não foi necessário o emprego
dessa palavra para entender que a vida tem mais amores, pois já houve repetição
da palavra nos outros versos.
Repetição de
uma ideia por meio de outras palavras. É utilizado como forma de ênfase e, além
de ser figura de linguagem, é classificada como vício. A diferença entre a
figura de linguagem e o vício de linguagem é simples: para ser figura de
linguagem, o pleonasmo vem de forma intencional, para dar mais expressividade
no texto, enquanto no vício vem como uma repetição não intencional e
desnecessária. Exemplo:
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva
de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso
da noite.
Manuel Bandeira
A repetição
proposital de Manuel Bandeira ao dizer que "chovia uma chuva"
intensifica a ideia de que estava chovendo.
Polissíndeto
Consiste na
repetição de conjunções para garantir um texto mais expressivo. Exemplo:
O olhar para trás
E o olhar estaria ansioso esperando
E a cabeça ao sabor da mágoa
balançada
E o coração fugindo e o coração
voltando
E os minutos passando e os minutos
passando...
Vinícius de
Moraes
A conjunção
e vem para caracterizar o polissíndeto, trazendo ações e sensações que ocorrem
de forma contínua e rápida.
Assíndeto
O assíndeto
ocorre quando há omissão das conjunções. Exemplo:
Morte no
avião
Acordo para a morte.
Barbeio-me, visto-me, calço-me.
Carlos
Drummond de Andrade
A conjunção
geralmente é substituída por vírgula, como no exemplo.
Onomatopeia
Temos
onomatopeia quando há o uso de palavras que reproduzem os sons de seres vivos e
objetos. É mais comum em história em quadrinhos.
Anáfora
Consiste na
repetição de palavras ou expressões com o objetivo de enfatizar uma ideia.
Exemplo:
Elegia
Desesperada
Tende piedade, Senhor, de todas as
mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e
amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia
e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de
alegria e serenidade
Vinícius de
Moraes
Sinestesia
A sinestesia
traz textos que expressam as sensações humanas, com o cruzamento de palavras
referentes aos cinco sentidos. Exemplo:
Recordação
Agora, o cheiro áspero das flores
leva-me os olhos por dentro de suas pétalas
Cecília
Meireles
Aqui, vamos uma característica do
olfato (cheiro) misturada com outra do tato (áspero).
Gradação
Nesta figura
as ideias aparecem de forma crescente ou decrescente dentro de um texto.
Exemplo:
Meia noite em ponto em Xangai
A mulher foi-se encolhendo, agarrada
aos braços da poltrona. Cravou o olhar esgazeado no retângulo negro do céu.
Encolheu-se mais ainda, cruzando os braços. Limpou as mãos pegajosas no brocado
da bata. Susteve a respiração.
Lygia
Fagundes Telles
Aqui a
gradação crescente vem trazendo uma ideia da sensação do medo que vai
aumentando.
Aliteração
Consiste na
repetição de consoantes em uma sequência de palavras, trazendo um texto com um
efeito sonoro. Confira um exemplo no trecho da música Chove Chuva de Jorge Ben
Jor:
Chove, chuva, chove sem parar
Neste caso,
o ch repetido vem para dar a sonoridade da chuva, além de dar ritmo à música de
Jorge Ben Jor.
Bibliografia
•CAMPEDELLI, Samira Yousseff.
Literatura – história & texto – vol 1. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
•CEGALLA, Domingos Paschoal. Nova
minigramática da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2005.
•FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar
gramática. Ed renovada. São Paulo: FTD, 2007.
Ana Gabriela Figueiredo Perez
Estudos Literários - Unicamp
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